No dia 11 de novembro comemora-se o dia de São Martinho (Martinstag). Em Portugal essa celebração é sinónimo de castanhas e vinho, mas nos países de língua alemã esta tradição apresenta algumas diferenças.

Na Alemanha o dia de São Martinho é vivido de forma muito intensa. No passado acendiam-se fogueiras (Martinsfeuer) com o objetivo de simbolizar a luz que o santo levou aos pobres, atualmente são mais vulgares as procissões com lanternas (Martins-Umzüge), protagonizadas essencialmente por crianças que desfilam ao anoitecer pelas  ruas, entoando cânticos de São Martinho (Martinslieder).

No que toca à gastronomia, o ganso e o porco assado (Gänse und Schweinebraten) são reis. Os pequenotes deliciam-se com guloseimas (Süβigkeiten) e  bolos tradicionais de pão doce em forma de massa entrelaçada e de bonecos com cachimbo (Martinsbrezel/Weckmänner), enquanto os adultos degustam o vinho quente, característico do inverno (Glühwein).

Para entender mais sobre a celebração desta data na Alemanha, os alunos do clube de línguas  e das turmas de alemão extracurricular, assistiram a vídeos que contam a lenda de São Martinho (Martinsgeschichte), ouviram  a canção tradicional  “Laterne, Laterne, Sonne, Mond und Sterne”  e realizaram trabalhos alusivos à data, que podem ser vistos numa pequena exposição na EB 2,3  de São Pedro do Mar. 

Teve lugar no passado dia 22 de outubro o Encontro das escolas-piloto de alemão, no Goethe Institut de Lisboa, retomando o formato presencial. Contou com a presença dos diretores e professores coordenadores da rede de escolas e agrupamentos PEPA, professores de alemão e parceiros no projeto – Goethe Institut, Embaixada alemã, APPA, DGE e DGEST, bem como do representante da Associação São Bartolomeu dos Alemães.

Durante a manhã, foram divulgados os dados atualizados relativamente ao número de alunos/turmas/professores envolvidos neste projeto, que neste ano letivo conta com um total de 2715 alunos (504 nas escolas PEPA do Algarve). De seguida, os diretores reuniram com os parceiros do projeto, e os coordenadores e professores reuniram separadamente, para balanço das atividades desenvolvidas, troca de experiências e partilha de iniciativas inovadoras, bem como para planear atividades conjuntas para este ano letivo. Devido à situação de recessão que vivemos, algumas atividades foram suspensas, nomeadamente o teatro e o jornal digital. Outras terão continuidade e poderemos, a seu tempo, inscrever os nossos alunos/turmas.

Seguiu-se um almoço convívio e, durante a tarde, uma formação para os professores de alemão.

O próximo encontro dos professores de alemão terá lugar na nossa escola, a 3 e 4 de março - Encontro Nacional APPA/GI, um evento formativo, acreditado pelo CCPF.

As inscrições estão abertas. São todos muito bem-vindos!

A 9 de novembro de 1989 deu-se a Queda do Muro de Berlim, acontecimento que não só marcou a história da Alemanha e da Europa, mas teve também repercussões mundiais. Para celebrarmos esta data, montámos a exposição fotográfica “Fall der Berliner Mauer”, que se encontra à entrada da biblioteca, para que todos possam apreciar. 

No passado dia 14 de Outubro, as turmas 11ºB e 11ºB1 foram a Loulé, mais especificamente à Ribeira do Cadouço, para participar na actividade de voluntariado ambiental “Os Bicharocos da Ribeira!”, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento.

Tendo como pano de fundo a histórica via romana de Loulé, percorremos a estrada ao longo da ribeira do Cadouço até chegar ao local onde nos esperavam dois técnicos do Centro Ambiental da Câmara Municipal de Loulé. De galochas prontas, rede e outros acessórios, iniciámos a recolha de animais, nomeadamente pequenos seres como larvas e insetos, do leito da ribeira, para posterior identificação e contabilização. Deste modo, podemos aferir a qualidade da água deste local bem como a diversidade ambiental aqui existente. Vimos libelinhas e libélulas assim como as suas larvas que podem viver neste estado até dois anos, imagine-se! E ainda encontrámos sanguessugas, mas não daquelas dos filmes; estas somente se agarram às rochas para não serem arrastadas pelas correntes.

Podemos ainda ver a ponte romana que data, pelo menos à época medieval, e fazia parte da via que ligava Faro a esta cidade (Loulé), bem como a cascata que assim que descemos até à sua base nos deslumbra, não só pela beleza natural mas pela surpresa de naquele recôndito lugar surgir uma imponente queda de água.

Regressámos mais sábios, mais conscientes e seguramente mais conhecedores do meio que nos rodeia e da importância dos nossos recursos hídricos.

Podem seguir o Centro Ambiental e as atividades desenvolvidas em:

https://www.facebook.com/cambientaloule/

ou https://www.instagram.com/centroambiental_loule/

Ercília Ramos (Professora de Inglês e Cidadania e Desenvolvimento)

Celebrando o outono, sentei-me à mesa ansiosa por novas descobertas gastronómicas…

Começámos por um pão quente e estaladiço com chouriça! Os tons vermelhos e o sabor intenso a calor levaram-me de imediato para aquele domingo de inverno da minha infância. Os homens esfregavam as mãos numa tentativa quase inútil de as aquecer, os risos e as conversas quebram a neblina e ecoam na manhã; noutra azáfama estão as mulheres que correm com alguidares, panelas e água quente. Eu fico ali entre uns e outros de sorriso tolo rasgado por ver a casa cheia de gente, vizinhos amigos, tios e primos reúnem-se para a festança. E, num piscar de olhos, já todos estão à mesa deliciando-se com as melhores partes do animal. –“Não te esqueças do lombinho para o senhor doutor, Maria! E a mioleira para a menina!” – Na cozinha, as mulheres preparam ao lume a banha, cortam as carnes e ao sol estendem as tripas para as chouriças…

E eis que perdida nas recordações, interrompem-me com uma vistosa carbonara de legumes: vermelho, laranja, amarelo e verde-escuro…tantas cores que dou por mim a cheirar a terra molhada, descalça num monte de folhas secas que estalam a cada movimento dos meus pés nús. Primeira colherada e todas as pupilas reagem à suavidade do molho aveludado e à consistência de cada um dos cubinhos: abóbora, curgete entre tantos outros. Suavemente, envolvem-se na massa fresca criando um clímax gastronómico; o toque final vem do estaladiço das sementes de sésamo tostadas…ou será das folhas secas que piso?!

Após um breve descanso dos sentidos retomamos com o prato principal cujos dourados do arroz frito com curcuma e caju saltam à vista. O caminho percorrido neste prato convida à lareira e às conversas amenas no sofá debaixo da manta, o cheiro a lenha trespassa para o pato no forno com tons doces e sedosos que juntamente com os noodles de legumes completam a história com sabores intensos e apimentados, quentes como se quer em dias de frio, chuva e cinzentos!

E assim, aninhada com o gato a meus pés, confortavelmente aconchegada, chega a sobremesa, luxuriante mas igualmente quente salpicada com tons de Índia e de canela, travos do Algarve e de Verão com amêndoas e outros frutos secos, delicadamente cobertos por um lençol insinuante de banana e caramelo que arremata uma refeição divina.

Comi, orei e amei!

Ercília Ramos"